terça-feira, 2 de setembro de 2014

Sobre a Maternidade

Esse é um texto que está longe de terminar. O modo como me sinto hoje ainda vai mudar e se repetir muitas vezes. Desde que o Francisco nasceu já mudou tanto, tudo é tão confuso, tudo é tão difícil.
Primeiros dez dias. Pânico. Fase do puerperio. Hormônios a mil! Depois da volta pra casa o nene só chorava. Pouco leite, muito choro. O que eu faço com esse nene? Não vou agüentar! Choro todos os dias junto com ele.
Entra com fórmula. Culpa. Não consigo alimentar meu filho. Nene para de chorar. Era fome. Alívio. Começa a ganhar peso.
Os dias vão passando. Do décimo aos quarenta e cinco, tudo fica bem. Aprendemos a dar o banho. Aprendemos a trocar a fralda. Aprendemos que toda vez que ele chora é fome, que come e dorme por quase três horas.
Consigo fazer de tudo nesse intervalo. Tudo fica fácil. Ele mama no peito, depois na mamadeira. E dorme. Começo a me aventurar a fazer passeios com ele. Bem calminho.
Mas aí as coisas começam a mudar de novo. Saio pra passear e ele chora sem parar. De noite, com 45 dias, ele começa a sorrir. Coisa mais linda do mundo, nos enche de alegria. Começa a ficar mais esperto, enxergar melhor. Ótimo!
Mas junto com isso, começa a ficar um pouco mais agitado. Não sabe o que fazer com essas novas habilidades. E nem eu.
Pânico. O que eu faço com esse nene? Como acalmo? Como faço ele dormir?
Será que estou fazendo a coisa certa?
Começa a largar o peito. Tristeza.
E assim começa tudo de novo. Daqui a alguns dias estaremos habituados com uma nova rotina. Até mudar de novo.
Acho que ser mãe é isso. Sentir pânico, culpa, muito medo. Mas também se derreter a cada nova descoberta do nosso filho


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